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Córdoba a partir da torre do Alcázar de los Reyes Cristianos |
Centenas de quilómetros de alcatrão com muito calor e muitas paisagens áridas e desérticas, tapas com tinto verano e um património cultural com fortes influências da ocupação árabe da Península Ibérica há mais de um milénio. Era isto que esperávamos quando nos fizemos novamente à estrada em direção a Espanha, desta vez para percorrer a escaldante Andaluzia.
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Elvas |
A paragem para almoço fez-se em
Elvas, já com Badajoz à vista, e graças ao nosso fiel companheiro de viagem –
Tryp Advisor – acabámos a almoçar n'
O Lagar, um restaurante de comida tipicamente alentejana, com doses muito generosas, condimentada com prazer e servida calorosamente em travessas de barro. O vinho branco da casa servido ao copo, com abundância para impedir que os condimentos do Alentejo nos secassem o paladar, tinha um sabor intenso e aromático. Terminámos a refeição com duas sobremesas caseiras – sericaia com ameixa e molotof.
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Lulas Grelhadas |
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Migas à moda da casa |
Retemperados, regressámos à estrada, numa altura em que o termómetro já marcava os 32 graus. Sentíamos o calor e imaginámos como seria viver numa pequena vila onde a temperatura não desce abaixo dos 30 graus durante os meses mais quentes. Nem imaginávamos aquilo que nos esperava em Córdoba.
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Sericaia com ameixa e Molotof |
Pelas estradas nacionais espanholas, com longuíssimas retas onde o nosso Toyota se guiava a si mesmo, vimos a temperatura subir à medida que nos embrenhávamos em Espanha. Chegámos a Córdoba por volta das 19h00 e os 45 graus que nos receberam foram o melhor cartão de visita para aquilo que seriam os nossos primeiros dois dias viagem. Ficámos muito bem instalados no
Hotel Eurostars Maimonides, localizado mesmo em frente à famosa
Mezquita de Córdoba. Trata-se de um hotel de 3 estrelas que reúne um quarto confortável, espaçoso e com um ar condicionado muito eficiente (e acreditem que isto é muito importante em Córdoba!), com um preço muito razoável (as duas noites, com pequeno almoço incluído e estacionamento no parque do hotel, custaram-nos 120€) e uma localização excelente. Como o dia estava a terminar e o cansaço da viagem foi exacerbado pela temperatura da cidade, fizemos uma pequena caminhada após meia dúzia de tapas razoáveis no
Bodegas Mezquita.
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Mezquita de Cordoba |
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Salmorejo |
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Berejenas califales con reducción de Vino dulce Pedro Ximénez |
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Córdoba à noite, a partir da Ponte Romana |
Começámos então bem cedo a descobrir Córdoba. Como é uma cidade relativamente pequena e o nosso hotel se situava no centro histórico, facilmente visitámos todos os locais de interesse sem necessitar de transportes públicos.
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Templo Romano |
Após uma agradável caminhada de 20 minutos chegámos até ao Palácio de Viana, uma faustosa mansão renascentista que foi a residência privada dos Marqueses de Viana até aos finais dos anos 70. Desde então é um marco da cidade de Córdoba, considerado bem de interesse público e com o bilhete de 8 euros é possível fazer uma visita guiada às inúmeras divisões (recheadas de peças de arte e antiguidades valiosíssimas) e passear tranquilamente nos 12 pátios que a envolvem.
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Interior do Palácio de Viana |
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Interior do Palácio de Viana |
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Pátio do Palácio de Viana |
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Pátio do Palácio de Viana |
O Palácio tomou-nos toda a manhã e procurámos então um restaurante para almoçar. O
Tryp Advisor levou-nos até ao Restaurante
La Boca, onde fizemos a nossa refeição favorita em Córdoba. Com uma decoração muito moderna, elegante e arrojada, os funcionários são prestáveis no serviço e o ambiente muito muito agradável. A qualidade dos pratos principais (adorámos o
risotto e o
tataki de atún rojo con kikos!) não foi acompanhada pelas sobremesas, que ficaram muito aquém da restante refeição. O preço é moderadamente elevado (4 pessoas com 3 sobremesas - 91€) mas a qualidade tem o seu preço.
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Interior do Restaurante La Boca |
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Risotto de higaditos con jámon ibérico y parmesano |
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Tataki de atún rojo con kikos |
Debaixo de um calor sufocante seguimos então para a Mezquita pelas numerosas ruelas pitorescas de Córdoba e o refrescante interior da Mezquita pareceu-nos um pequeno milagre. O bilhete para a visita custa 8€ e, por mais 2€, é possível subir a Torre Del Aminar (nós optámos por não o fazer). Fundada em 785 os inúmeros arcos de terracota são absolutamente inolvidáveis e de imediato se fazem notar como a imagem de marca de todo o monumento. Apesar dos numerosos turistas, a caminhada é tranquila e convida à reflexão e contemplação de um local que carrega em cada pedaço um milénio da história de que somos feitos cada um de nós.
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Patio da Mezquita |
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Patio da Mezquita |
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Arcos no interior da Mezquita |
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Arcos no interior da Mezquita |
Continuámos a nossa visita por Córdoba e fomos num pequeno salto até ao Bairro Judaico, onde se encontra a única Sinagoga da Andaluzia (restam apenas 3 sinagogas em toda a Espanha). Daí seguimos até ao Alcázar de los Reyes Cristianos onde passeámos pelo seu requintado jardim, constituído por numerosas fontes e árvores de frutos. A entrada tem um custo exagerado de 7 euros, mas o bilhete inclui ainda um modesto espectáculo de luz, som e água a partir das 22 horas.
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Interior da Sinagoga |
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Bairro Judaico |
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Bairro Judaico |
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Alcázar de los Reyes Cristianos |
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Panorama dos Jardins do Alcázar de los Reyes Cristianos |
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Jardins do Alcázar de los Reyes Cristianos |
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Jardins do Alcázar de los Reyes Cristianos |
Por último, e porque em Córdoba tudo se encontra a um pequeno passo, fomos até à
Puente Romano, um local turístico por excelência com uma vista privilegiada para todo o casco histórico da cidade. Terminámos o dia na
Taberna la Montillana e embora as tapas não fossem tão boas quanto esperávamos (não é muito feliz a ideia de juntar amêndoas com bacalhau e figos), tudo o resto nos agradou. O funcionário que nos atendeu foi sempre muito prestável, a decoração e o ambiente no restaurante são óptimas e no final fomos presenteados com uma refeição barata (cerca de 40€ para 4 pessoas) e um copo de Vino Dulce para cada um como oferta da casa.
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Puente Romano |
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Rua do centro histórico de Córdoba |
No terceiro dia em Espanha, e antes de nos fazermos à estrada em direção a Sevilha, fizemos uma pequena paragem nas ruínas de Medina Azahara, uma cidade edificada em 945 por Abdar-Rahman III e que simbolizava a grandiosidade do seu poder e autoridade. Com um museu multi-premiado – gratuito para cidadãos da união europeia – somos fielmente transportados para a época em que os califados dominavam o sul da nossa península.
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Medina Azahara |
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Medina Azahara |
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Medina Azahara |
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